A fadiga é uma alteração psicofísica ocasionada, principalmente, pela falta de um descanso reparador por parte de uma pessoa.
É imperativo ressaltar que o descanso diurno é um sono superficial, não reparador e mais curto quando comparado ao sono noturno, não sendo, portanto, do ponto de vista fisiológico, substitutivo do sono noturno.
Assim sendo, “se você quer voar com as águias durante o dia, não pode estar junto às corujas durante a noite…”
A pessoa que se encontra sob um quadro de fadiga, invariavelmente, apresenta um baixo rendimento físico e psíquico. Assim sendo, em decorrência dessas manifestações, as pessoas passam a desenvolver um raciocínio lento, falta de concentração, irritabilidade, ansiedade, dispepsias, anorexias, cefaleia, desinteresse pelo sexo e astenia, além de tender a incorrer em erros na sua atividade laborativa.
Deve-se, também, atentar para o fato de que um quadro de fadiga pode repercutir na apresentação, no atendimento e no serviço executado por um tripulante durante um voo.
Quando o quadro de fadiga está relacionado à função executiva do piloto, induzindo a erros operacionais, como dificuldade na comunicação via rádio, desvio de rota e ultrapassagem do nível de voo, entre outros, pode-se ter como resultado um desfecho fatal.
Estudos têm demonstrado que pilotos sem um descanso adequado, quando comparados aos pilotos descansados, apresentaram um maior número de episódios de microssono (ausência da consciência por alguns segundos) durante o voo.
Ademais, eles têm apontado que alguns dos episódios de microssono ocorrem durante o procedimento de pouso da aeronave, com duração de até 5 segundos ou mais.
Tal dado se reveste de extrema gravidade, considerando que, segundo as autoridades aeronáuticas brasileiras, os riscos de um acidente fatal envolvendo jatos comerciais são maiores durante os procedimentos de pouso e decolagem.